A ansiedade infantil é um dos transtorno mentais mais comum na infância e adolescência, e se não tratado, podem persistir e aumentar o risco de depressão, ansiedade, abuso de substância, comportamentos autolesivos como automutilação por exemplo, e pode acarreta em prejuízo no desempenho escolar, na idade adulta inicial.
A ansiedade é a percepção de um perigo que muitas vezes não é real, mas o nosso cérebro não sabe a diferença entre um perigo imaginário ou é real, e então o nosso corpo imediatamente se prepara para lutar ou fugir, porém em casos de ansiedade a criança é inundada constantemente por pensamentos de situações de perigos, ou catastróficos ou seja de que o pior vai acontecer, que geram emoções e reações físicas e comportamentais e que mantêm os níveis de ansiedade, por exemplo a criança pensa que não vai conseguir dormir a noite porque tem medo de aparecer um monstro, mesmo que seja só um pensamento, o seu corpo vai reagir, e essa reação pode aumentar a percepção de medo que a criança tem daquela situação.
E o seu corpo fica o tempo todo ativado com a emoção do medo, da apreensão e preocupação. A ansiedade além da alterações cognitivas que a criança ou adolescente tem, vai ainda apresentar sintomas físicos, que geram muito sofrimento.
Os principais sintomas físicos que a criança ou adolescente pode apresentar são: sudorese, tontura, vertigem, tensão muscular, desconforto estomacal, alteração nos batimentos cardíacos, dificuldade para relaxar, dor de barriga, tremores, boca seca, frio ou desconforto na barriga. As alterações de humor de que podem ocorrer são: preocupação, apreensão, pânico, medo e irritabilidade são componentes da ansiedade. As alterações do comportamento geralmente são evitar a situação temidas, roer unhas, chupar dedos, compulsões alimentares, hipervigilância, desatenção, mais distraídas e inquietação.
Como você pode ajudar uma criança com ansiedade?
Acolha o que ela está sentindo, escute o que ela tem a dizer sobre isso. Valide as suas emoções, e coloque a empatia em prática, através das suas ações “eu entendo que isso possa ser difícil para você”, “o que eu posso fazer para te ajudar”, só o fato de você mostrar a criança que ela é escutada e validada isso já ajudará muito. Ajude a nomear as suas emoções e expressá-las. Ajude a criança encontrar soluções para as suas dificuldades. É muito importante é ajudar a criança a autorregular as emoções ou seja que ela também aprenda a se acalmar, dentre as diversas técnicas existentes na Psicologia dentro da Terapia Cognitvo Comportamental, podemos citar a respiração diafragmática e as práticas de mindfulness.
Vamos Praticar?
A respiração diafragmática vai ajudar o corpo da criança a se acalmar e sair por alguns momentos desse modo luta e fuga constante que ela fica num caso de ansiedade. Como fazer a respiração diafragmática?
1- Sente de forma confortável, e coloque uma mão sobre a barriga
2- Puxe o ar pelo nariz e leve para a barriga enchendo como se tivesse um balão ao fazer isso sinta sua mão movimentar
3- Solte o ar pela boca como se tivesse esvaziando o balão e perceba a barriga encolhendo
4- Repita esse passos por 5x, e depois vá aumentando esse tempo conforme a sua prática
5- Reserve alguns minutos do seu dia, para fazer essa respiração, você vai ativar o seu sistema parassimpático que vai ajudar a relaxar e vai oxigenar melhor o seu cérebro.
A variação desse exercício de respiração é a respiração amiga, aqui você vai precisar de um ursinho de pelúcia que a criança gosta, e vai pedir para ela deitar, e vai colocar o ursinho em cima da barriga, ao puxar o ar pelo nariz o ursinho deve subir, ao soltar o ar pela boca o ursinho deve abaixar, assim você vai orientar que com a sua respiração ela vai cuidar do seu bichinho de pelúcia
O treino de Mindfulness, que a atenção ao momento presente de maneira intencional, ensinaa a criança ou o adolescente a focar no momento presente ajuda muito, pois ele foca em situação concreta e não em situações que nem aconteceram. Um exercício que pode ensinar a praticar é observar a respiração, como o ar está entrando? Como ar está saindo? Como está o meu corpo agora. Aqui tiramos o foco dos pensamentos catastróficos e focamos no momento presente. Outra dica é a brincadeira olhos de águia, que a tarefa da criança imaginar que é uma águia e observar atentamente tudo que ver, e descrever com a maior riqueza detalhes tudo o que observou, por exemplo qual era a cor, o tamanho, quantos objetos tinha no ambiente e assim explorar o máximo de detalhes que forem possíveis.
Outra dica importante evite os rótulos, como: você é muito ansiosa, você é muito nervosa, você é muito medrosa, pois esses rótulos contribuem de maneira negativa na vida da criança, e ela acha que é ansioso e somente isso e não percebe as suas outras potencialidades para melhora ou para mudança, portanto com a criança é importante falar que naquele momento ela está ansiosa ou está sentindo ansiedade, mas não falar que ela é ansiosa como se fosse algo impossível de ser modificado. E se os sintomas na criança estão gerando desconforto e prejuízo em sua vida, atrapalhando a vida escolar, suas relações com familiares ou na escola é bom indicativo de buscar ajuda especializada do psicólogo da Infância e Adolescência .
Psicóloga Léia da Rosa dos Santos - CRP- 08/22524
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